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Qual a diferença entre LIXÃO e ATERRO SANITÁRIO?

No ano passado, o Brasil foi responsável por produzir uma quantidade significativa de resíduos sólidos urbanos (RSU), atingindo um total de 81,8 milhões de toneladas. Isso se traduz em uma impressionante montanha de 224 mil toneladas diárias, equivalente ao peso de mais de 1 kg por pessoa a cada dia. Talvez você não tenha parado para pensar, mas já se questionou sobre o destino dos sacos de “lixo” que você coloca para fora de casa, aguardando a coleta pública?

Essa é uma questão crucial no contexto da crise climática que estamos enfrentando. A destinação e o tratamento dados aos seus resíduos têm um impacto significativo, com consequências diretas para o meio ambiente. Quando descartados de maneira inadequada, esses resíduos se transformam em fontes persistentes de poluição e na emissão de gases do efeito estufa, o que agrava ainda mais a situação ambiental.

ATERRO SANITÁRIO

Atualmente, essa configuração representa a opção técnica mais vantajosa para a disposição adequada do lixo urbano, minimizando os impactos ambientais e os riscos à saúde pública quando administrada de maneira adequada.

Essa abordagem se materializa em um empreendimento de engenharia no qual uma série de requisitos deve ser atendida antes que a autoridade ambiental conceda sua aprovação para operação.

“O procedimento engloba a seleção do local de implantação, planos técnicos, sessões públicas para a apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e do Relatório de Impacto Ambiental, e a obtenção das devidas licenças ambientais”, detalha João Gianesi Netto, presidente da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública (ABLP). A licença, que é meticulosa, pode demandar mais de um ano para ser emitida.

No espaço do aterro sanitário, os resíduos são depositados em áreas especialmente preparadas. O solo é nivelado e impermeabilizado, os detritos são cobertos com terra, e um sistema de captação e tratamento é implementado para o chorume (líquido tóxico resultante da decomposição do lixo) e os gases liberados, incluindo o metano.

Além disso, segundo Netto, há uma vigilância constante do solo, da atmosfera, das águas superficiais e subterrâneas, monitoramento de peso e avaliação da qualidade dos resíduos. “Em situações normais, inspeções regulares são conduzidas pelo órgão estadual de meio ambiente, e a presença de catadores é inexistente”, acrescenta.

A valorização da reciclagem e do reaproveitamento é primordial. Os aterros sanitários, apesar de serem soluções ambientalmente aceitáveis e financeiramente viáveis, devem ser o último recurso para a disposição dos resíduos, a ser considerado somente após terem sido exploradas todas as opções de tratamento e recuperação, conforme delineado pelo Plano Nacional de Resíduos (PNRS).

Isso ocorre porque eles possuem um ciclo de vida limitado, com um prazo máximo de 25 anos, além de apresentarem custos elevados de manutenção. A fim de estender a vida útil desses locais, a redução do volume de lixo urbano depositado neles é crucial, e isso é alcançado por meio do consumo consciente, da reutilização e da reciclagem.

O Brasil figura entre os principais produtores globais de resíduos e, lamentavelmente, está entre os piores quando se trata de destino final: apenas 4% dos resíduos são reciclados. Aprimorar essa taxa é a estratégia para otimizar o uso dos aterros sanitários.

LIXÃO

Ainda presente em localidades de menor porte ou em áreas menos privilegiadas do país, o lixão representa a forma mais prejudicial de encerramento dos resíduos. Essa configuração se traduz em um amplo depósito ao ar livre, caracterizado pela ausência total de planejamento, controle ou medidas de salvaguarda em relação ao meio ambiente e à saúde pública. Além disso, não há supervisão governamental em nível estadual ou municipal.

Nesse local, uma variedade de resíduos, incluindo aqueles de natureza residencial, industrial e hospitalar, são indiscriminadamente descartados, formando uma mistura caótica. “A disposição inadequada de resíduos sólidos é uma transgressão ambiental, pois suas implicações engendram uma série de efeitos adversos, resultando na contaminação do solo, das águas superficiais e subterrâneas, bem como do ar”, explica o líder da ABLP.

Segundo ele, a contaminação ocorre tanto por meio da decomposição da fração orgânica dos resíduos sólidos, gerando líquido tóxico (chorume) e gases biogênicos, como pela incineração desses materiais. A problemática é agravada quando outros elementos poluentes, como pilhas, baterias, medicamentos, tintas e solventes, são descartados no local.

Desprovido de quaisquer critérios sanitários, o lixão atrai vetores de doenças, como moscas, baratas e ratos. Estima-se que essa instalação tenha impactos diretos na saúde da população no entorno, em um raio que pode se estender até aproximadamente 60 km.

Como fator de agravamento, nesses ambientes, há catadores, incluindo crianças, que estão expostos a diversos perigos, que vão desde enfermidades e ingestão de alimentos contaminados até o manuseio de objetos cortantes, risco de incêndio e inalação de poeira tóxica.